sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Jornalismo não é pra qualquer um!


A utilidade da profissão!Nada como ter uma boa fonte!

                   Isso deveria ser ensinado na Universidade! Perguntar tem limite!Que medo!!!!!


sábado, 15 de janeiro de 2011

Necessária vontade de viajar!

Nessas férias não viajarei! Para quem me conhece, realmente fica difícil acreditar nisso.
Já que não poderei sair por aí, ficarei com boas lembranças....
Já que tenho um AMOR imenso por Fortaleza, mais algumas fotos!

Bar do Pirata


Restaurante próximo ao Centro Cultural Dragão do Mar (um olhar diferente.)


Ponte dos Ingleses(óootimas recordações!)


Mercado de Fortaleza(Meu primeiro ensaio fotográfico!)

Escadaria do Teatro José de Alencar
Fotos:Luciana Rodrigues

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Mais um motivo para gostar de História!


O livro 1808 , escrito por Laurentino Gomes, mostra , em suas 367 páginas, uma extensa pesquisa sobre a chegada da família real no Brasil. Com o subtítulo: “Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil” instiga a curiosidade dos adeptos do livro-reportagem e dos amantes das páginas da História a conhecerem um pouco mais a trajetória de uma corte cheia de escândalos e amor pelo poder.
Criando em suas páginas uma mistura de Jornalismo e História, consegue desenvolver uma linguagem acessível sem deixar de ser interessante. Talvez por ter conseguido achar uma fórmula narrativa adequada aos pesquisadores interessados no assunto e também para leigos, no ano de 2008 recebeu o prêmio de melhor Livro de Ensaio da Academia Brasileira de Letras e o Prêmio Jabuti de Literatura na categoria de livro-reportagem e de livro do ano de não-ficção.
Narrando os acontecimentos sem uma cronologia obrigatória, Laurentino Gomes apresenta, nos 29 capítulos do livro, o resultado de 10 anos de pesquisa jornalística. Sem o uso de uma separação meramente didática, conseguiu intercalar todos eles, deixando bem claro que a história da família real confunde-se com a de muitos personagens que vieram para cá na fuga de Portugal e também com a de outros personagens moradores do Brasil.
No capítulo intitulado Fuga, que abre o livro, o autor já revela o quanto a decisão de embarcar para  o Brasil foi motivada por uma situação desesperadora.Napoleão Bonaparte pressionava D. João VI a aceitar o decreto de bloqueio continental que previa o fechamento dos portos europeus ao comércio de produtos britânicos. Tendo  a Inglaterra como aliada, o Rei não poderia aceitar a exigência do imperador e passa a ser mais um alvo da ambição desmedida de Bonaparte. Sem condições militares e também por falta de coragem,a corte foge de Portugal com a ajuda dos ingleses.
Em muitos outros capítulos do livro, a trajetória da família real pelos mares é abordada. No entanto, outras temáticas aguçam a curiosidade dos leitores. A vida íntima de sua majestade D. João VI e de sua rainha Carlota Joaquina são esmiuçadas com base nas pesquisas feitas por Laurentino. O rei é descrito como medroso e até mesmo gay ou adepto a práticas homossexuais e Carlota como uma mulher adúltera, capaz de trair o marido e tentar por diversas vezes usurpar o seu poder.

O autor Laurentino Gomes
Outro ponto valioso do livro concentra-se nas descrições históricas, geográficas e comportamentais de Portugal e de algumas cidades do Brasil, mas especificamente o Rio de Janeiro. Nos capítulos que abordam essas temáticas, descobrimos a falta de higiene fora e dentro dos palácios. A ausência de glamour de uma corte sem modos aristocráticos; a exploração e a prostituição de escravos visando a manutenção dos luxos da nobreza, sem dúvida uma rica construção não só dos costumes, mas também da falta de bons costumes locais.
As cartas de Luiz Joaquim dos Santos Marrocos, homem de confiança do rei, endereçadas ao pai em Portugal e guardadas por ele na Biblioteca Real da Ajuda, também ajudam a compor os fatos vivenciados, não só pela corte, mas também pelos portugueses que abandonaram sua terra natal e foram em busca de uma sobrevivência mais digna e patriótica ao lado da realeza. As tais cartas servem de elo entre os dois países e ilustram o distanciamento de opiniões entre duas nações unidas pelo mesmo sangue, mas separadas pela necessidade de prosperarem e continuarem existindo. Marrocos com o tempo vê no Brasil um lugar de vitórias e acúmulos de riquezas. Já o pai, em Portugal, vê o Brasil como uma terra bárbara composta de aproveitadores e sanguessugas da dignidade usurpada de Portugal desde a fuga do rei.
Todos os fatos citados, até então, mostram o capricho intelectual dedicado ao livro 1808, mas de tudo que até agora foi falado, nada se compara a desmistificação da falta de estratégia política e governamental de D. João. No início da obra, aparece na figura de um frouxo que abandona seu reino por não ter coragem de enfrentar Napoleão. Ao longo da narrativa, já vemos o monarca de forma diferente. Agora, não era apenas o rei que tinha medo de trovões. Era um administrador capaz de um poder carismático que camuflava sua falta de tino para governante e também estendia por longos anos a ausência de decisões que o faziam experimentar o poder de “governar” dois reinos por longos 13 anos.
Vale muito a pena ler o trabalho de pesquisa de laurentino Gomes.Afinal, aprendemos na escola  muitas versões um tanto quanto simplistas sobre a família real e sobre a história do Brasil. Por meio desse livro, o autor nos desperta a atenção para um tema responsável por longos bocejos em aulas escolares monótonas. Vale muito a pena experimentar uma nova forma de ler e vivenciar a História.
Texto e vontade de ler mais e mais: Luciana Rodrigues