domingo, 27 de fevereiro de 2011

O Rio de estereótipos

O morro está para o Rio de Janeiro, assim como a Avenida Paulista está para São Paulo. Os turistas vêm em busca não do Rio reto e plano dos bairros ainda não apresentados por novelas, filmes e seriados. Aqueles que estão a passeio, buscam o Morro do Corcovado e o seu Cristo de braços abertos. Procuram a favela da Rocinha e a satisfação da curiosidade vencida, afinal, é uma das comunidades que aparece na mídia pelos feitos grandiosos de seus moradores e por acontecimentos nada nobres protagonizados por falsos heróis.

Quem mora no Rio de Janeiro tem uma chance maior de conhecê-lo melhor. O que não significa que o conheça. Muitos dos seus moradores nunca subiram o morro; nunca deixaram de frequentar apenas o Leblon. Sendo assim, como descobrir o lado intrínseco de uma cidade com tantos ângulos? O documentário, talvez seja o primeiro passo para menos estereótipos e mais realidade. Talvez funcione como uma primeira voz reveladora, principalmente para aqueles que não têm a chance de dizer o contrário a uma mídia que apresenta o morro apenas como o recanto dos deuses e da violência.

Mergulhar um pouco no universo das comunidades, saber sua cultura, suas crenças, seus medos nos ajuda a conhecer melhor o Rio de Janeiro e seus moradores anônimos. Dois documentários fazem isso muito bem, por isso serão recomendados a seguir.

Notícias de Uma Guerra Particular, de Katia Lund e João Moreira Salles, realizado em 1998/99 mostra um Rio de Janeiro dominado pela violência e apresentado pelas perspectivas dos policiais, dos bandidos e dos moradores. Rodrigo Pimentel, na época, capitão do BOPE; Adriano gerente de tráfico do Morro Dona Marta; Adão Xalebaradã morador da favela, são alguns dos personagens reais de uma história, que de tão violenta, mais parece ficção.
Veja um trecho desse excelente documentário:


O Dvd do documentário Notícias de Uma Guerra Particular também tem nos Extras o documentário Santa Marta: Duas Semanas no Morro, de Eduardo Coutinho, rodado em 1987. Esse segundo, nos mostra o morro Santa Marta não apenas sob o olhar da violência, mas também as crenças praticadas no local, a variedade musical, a pluralidade de características de seus moradores, além de tantos outros aspectos peculiares daquela comunidade.
Vendo os dois documentários, percebemos que o Rio de Janeiro continua lindo, mas precisa também de um poder público presente. Ninguém e nenhum lugar vive só de beleza.O Rio de Janeiro não é exceção.

Textos e balas perdidas: Luciana Rodrigues

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A gordura incomoda muita gente!


Os gordos sofrem o peso do preconceito. Não me venham com essa história de trocadilho. Falo sério! Ser gordo em nossa sociedade “fotoshopada” é quase uma heresia, é quase uma obscenidade contra a visão.
Recebemos um bombardeio diário que nos diz que estar fora do peso não é algo legal. Afinal, as mulheres e homens desejados e exibidos pela mídia são todos magros. Dificilmente vemos uma celebridade gorda e ,quando ela aparece, gera polêmica. Lembremos o exemplo de Gabourey Sidibe indicada ao Oscar ,em 2010, pelo filme Preciosa. A atriz devido a sua excelente atuação foi capa da revista Elle norte-americana. O que deveria ser rotineiro, destacou-se porque a revista foi acusada de clarear a pela negra da artista, além de não exibi-la em uma foto de corpo inteiro, supostamente por ser gordinha. Preconceito ou mania de perseguição?

Existe, hoje em dia, uma preocupação muito grande com a diminuição do preconceito contra gays e negros. Concordo inteiramente, pois para mim qualquer preconceito é inaceitável. Mas estive pensando que de todos as classes vítimas de preconceito, os gordinhos são os mais ofendidos por frases ácidas. Não vemos  com tanta freqüência alguém dizendo: “Nossa!Como você é negro? Nossa mas você é mais gay que qualquer um! Já como os "cheinhos", a história é outra: amigos, conhecidos e até desconhecidos, se acham no direito de insinuar ou mesmo  se intrometer no peso apontado pela balança. Frases como: “Nossa! Mas você engordou muito?” “Não te conheci tão gorda!”São ditas com muita naturalidade.
Espero que todos entendam que preconceito não é algo que possa ser mensurado, muito menos assumir o ranking dos mais ou menos ofensivos. No entanto, cabe uma reflexão sobre o que andamos dizendo por aí, sem que nos seja perguntado. Não temos o direito, muito menos a incumbência de apontarmos o excesso de quilos de ninguém. Devemos maneirar um pouco a nossa preocupação com o outro ou, pelo menos, nos preocuparmos de verdade. Não somos Endocrinologistas nem Nutricionistas,mas nos sentimos no direito de clinicarmos em qualquer esquina.

Ser gordo no mundo não é fácil, mas ser gordo no Brasil parece uma sentença para ser alvo preferencial de chacotas. Desde o amanhecer, quando vemos propagandas de adoçantes, até o anoitecer que nos mostram o quanto é útil estar no peso ideal para o verão, somos lembrados que uns quilos a mais não é bacana. Quase nenhum programa televisivo ou panfleto de clínicas de estética, aborda o assunto obesidade como um problema de saúde. O que vemos é uma apologia à magreza, já que a gordura, erroneamente em nossa sociedade, afeta primeiro os olhos de quem vê e não se trata tanto assim de saúde pública.
Texto quilometricamente pensado: Luciana Rodrigues

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Aluga-se uma vida!

Somos extremamente ingratos com a Vida! Nós, vizinhos invejosos da vida alheia, sempre enxergamos no outro uma existência melhor. Somos os injustiçados; os que nunca tem sorte. E a Vida aguenta nosso mal-humor.

Acordamos cedo maldizendo tudo e, muitas vezes, lamentamos a Vida. Ônibus lotado; o pior emprego do mundo; o tempo limitado; os afazeres que nunca cabem em 24h. Depois de um longo dia, nos maldizemos incapazes de nos reconhecermos vitoriosos. Nada é o bastante ;nada é uma palavra em ascensão.
Saímos batendo à porta; chutando a alegria para fora de nós; saímos com um destino que não é nosso; sempre achamos que estamos na vida errada. E a Vida nos ouve paciente e resignada.
Um dia, cansada de uma existência tão pouco reconhecida, a Vida se despede com olhos lacrimosos. Assim como uma mulher ferida, junta as vestes que nos cobre e diz até mais. Para alguns ,a Vida faz manha; para outros nem olha para trás. Aos poucos estamos sem ela. A Vida se vai!

Agora, onde ficam nossas desculpas e o gostinho de quero mais? É tarde! A Vida é frágil. Sofre calada. Ferida de tanto ser magoada, resolve que não dá mais. E isso nos faz perceber que a Vida não é de ninguém; é de todo mundo. Não queremos? Há quem queira! E a Vida continua em busca de quem a queira mais.

Textos com um pouquinho de lirismo: Luciana Rodrigues

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Jornalismo e o cachorro!!!


 Realmente jornalista sofre!Mas quem disse que o entrevistado também não.kkkkkkkk

Marcio Canuto é só alegria.Olho para ele e vejo a alegria do frevo.Agora mais essa do cachorro!kkkkkkkk

Vídeo:Youtube.Rizadas:minha e do Waldick Soriano

Jornalista não é BBB


Alguns “intelectuais” afirmam que para ser JORNALISTA não é preciso ter diploma. Esse desapego ao diploma gera alguns questionamentos. Por exemplo: um curso de Jornalismo cria alguém detentor de uma exclusividade intelectual capaz de só ele emitir opiniões plausíveis? É certo que não. Até porque ser jornalista não é somente escrever linhas e mais linhas para serem publicadas em jornais. Todo mudo tem o direito de escrever o que pensa, mas o dia a dia de um jornalista é muito além de tudo isso.

Talvez, a necessidade de aparecer na mídia fazendo entrevistas com celebridades seja uma boa motivação para alguém querer ser jornalista sem diploma. Afinal, ninguém precisa passar 4 anos em um universidade para perguntar: “A noite tá bombando, né?”; assim como fazem as celebridades instantâneas contratadas por programas de humor.

Já que o problema é a ausência de um simples diploma, por que não acabarmos de vez essa com a discussão e passarmos para algo mais prático. Recentemente, e, ainda hoje, o Egito desafia a coragem de jornalistas estrangeiros que tentam levar informações ao mundo. Segundo o Globo.com , cerca de 140 jornalistas sofreram algum tipo de ataque fazendo a cobertura do fim da era Mubarak. A jornalista Lara Logan, correspondente da emissora americana CBS, foi covardemente agredida e violentada. Tudo isso porque era jornalista. Essa profissão ainda desperta gosto em alguém?

Cobrir guerras, invasão de morro e manifestações populares pelo jeito não está nos planos de quem não quer um diploma. Que injustiça! Não estuda; não lê durante a madrugada para terminar trabalhos da faculdade; não pega busu lotado para não perder a aula; não corre atrás de estágio e ,vejam só, também não cobre guerra? Ora pois! Do que devo chamar quem só quer perguntar asneiras a bêbados em festa?Aqueles que escrevem bem e também sentem vontade de publicar o que escrevem eu chamo de escritores. E tudo tem uma nomenclatura nessa vida. E por tudo isso é que o diploma deve ser visto com importância. Sendo assim, o Youtube está aí para quem quer apenas aparecer!

Texto sem passaporte carimbado por Mubarak: Luciana Rodrigues

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O que leva alguém a duvidar de uma paixão!?

Sempre fui apaixonada pela informação. Não sei bem quando especificamente começou esse meu fascínio. Lembro-me que já na sexta, sétima série, tinha argumentações e até discussões com meu pai porque ele queria que dormisse cedo e que não deveria ficar perdendo horas preciosas de son(h)os vendo TV. O que ele não entendia é que insistia em desobedecê-lo porque para mim estar acordada vendo, lembro-me como se fosse hoje, SBT Repórter, Globo Repórter e tantos outros programas informativos era melhor que tudo.

“Perdia” horas das minhas noites ou dos meus dias ficando acordada porque Glória Maria, José Hamilton Ribeiro, Nelson Araújo, Alexandre Garcia despertavam em mim uma vontade enorme pelo SABER. Nunca entendi bem por que acordava tão cedo no domingo para ver o Globo Rural se sou tão urbana. Sem dúvida a simpatia e a voz de Nelson Araújo, a fala sábia de homem estudado, mas com “parência” de cultura do interior, presente em José Hamilton Ribeiro, ajudaram a descobrir alguns porquês.

Alexandre Garcia, sempre teve uma capacidade de comunicação tranquila, sem alarmes e exageros. Em um mundo onde todos correm e não se tem tempo para ouvir o outro, parava para ouvi-lo, sentia-me muito bem por alguém me desacelerar. Glória Maria, além da excelente repórter, despertou-me a coragem de sair pelo mundo.O jornalismo dela era e é surrealista.

Talvez, leitores, vocês não estejam entendendo a ligação do título com o texto.Vocês estão certos, ela ainda não ocorreu. Fiz esse texto pensando nas pessoas que ousam me indagar por que escolhi Jornalismo e não outra profissão mais rentável, mais promissora. Espero ter respondido. Se conseguir também conscientizar os desavisados de que não devemos questionar o sonho alheio, fico satisfeita. Estou ainda no começo, não sei como será o futuro, só sei que nunca foi tão bom recomeçar! Estou certa, sempre estive certa ao escolher Jornalismo. Mesmo “errando” estarei certa. Portanto, deixe-me sonhar!


Textos e nuvens com pés no chão: Luciana Rodrigues